quinta-feira, 6 de novembro de 2008

ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORES

TECNOLOGIAS AUDIOVISUAIS E TELEMÁTICAS

Para onde estamos caminhando no ensino?

Todos estamos experimentando que a sociedade está mudando nas suas formas de organizar-se, de produzir bens, de comercializá-los, de diverti-se, de ensinar e de aprender. O campo da educação está muito pressionado por mudanças, assim como acontece com as demais organizações.Uma das áreas prioritárias de investimento é a implantação de tecnologias telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e a administração. Mas se ensinar dependesse só de tecnologias já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo.

Há uma preocupação com ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas conhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade.

O nosso desafio maior é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano. As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar. O educador autêntico é humilde e confiante, Mostra que sabe e, ao mesmo tempo, está atento ao novo.

As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico.

Dependem também de termos alunos curiosos e motivados, pois facilitam grandemente o processo, tornando-se parceiros de caminhada do professor-educador. O conhecimento torna-se produtivo se o integramos em uma visão ética pessoal, transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir melhor.

Existem caminhos que facilitam a aprendizagem. De tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa podemos extrair alguma informação ou experiência que nos pode ajudar a ampliar o nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos, para rejeitar determinadas visões de mundo para incorporar novos pontos de vista.

Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial.

Conhecimento pela comunicação e pela interiorização se dá fundamentalmente no processo de interação, de comunicação. A informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora.

Conseguimos conhecer melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de interação e de interiorização. Pela interação entramos em contato com tudo o que nos rodeia: captamos as mensagens, relevamo-nos e ampliamos a percepção externa.

O papel do professor – o papel principal- é ajudar o aluno a interpretar esses dados, relacioná-los a contextualizá-los.

O professor, com o acesso a tecnologias telemáticas, pode se tornar um orientador/ gestor setorial do processo de aprendizagem, integrado de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel fundamentalmente o de um orientador/mediador.

Integrar as tecnologias de forma inovadora

Aprendemos quando relacionamos, integramos. Antes de a criança chegar à escola, já passou por processos de educação importante: pelo familiar e pela mídia eletrônica.

Uma parte importante da aprendizagem acontece quando conseguimos integrar todas as tecnologias, as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas, corporais. O professor tem um leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicaçãocom os alunos, introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los.

Devemos integrar os meios de comunicação na escola. Antes de a criança chegar à escola, já passou por processos de educação importantes: pelo familiar e pela mídia eletrônica. A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia, urgem ações de apoio aos pais para que incentivema aprendizagem dos filhos desde o começo de suas vidas, por meio do estímulo, das interações, do afeto.

Podemos integrar a televisão e o vídeo na educação escolar. Devemos saber que necessitamos prestar atenção para estabelecer novas pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas da aula. A televisão e o vídeo combinam a comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a razão. Integração que posteriormente atinge o racional.


Proposta de utilização da televisão e do vídeo na educação escolar

  • Iniciar por vídeos mais simples e atraentes e depois exibir os mais complexos e elaborados.
  • Utilizar vídeos que desperte a curiosidade e a motivação para os novos temas.
  • Usar vídeos que ilustrem realidades distantes dos alunos.
  • Vídeos que simulem experiências que seriam perigosas em laboratório ou exigiriam muito tempo e recursos.
  • Vídeos que apresentam conteúdos de forma direta (informa um tema específico) ou indireto (permite múltiplas abordagens).
  • Vídeo como produção: que documenta, registra eventos, aulas, experiências, entrevistas e depoimentos.
  • Vídeo que trabalha o processo de avaliação.
  • Vídeo-espelho: possibilita compreender-nos, acompanhar o comportamento de cada um do ponto de vista participativo.

Algumas dinâmicas de analise da televisão e do vídeo

  • O professor analisa as cenas mais importantes juntamente com os alunos trabalhando o ideal e o real.
  • Levanta aspectos positivos e negativos do vídeo, idéias principais, o que os alunos mudariam, discutindo em grupos menores depois em plenário.
  • Fazer uma leitura concentrada acerca do vídeo.
  • Antes da exibição escolher algumas funções ou tarefas e analisá-las para depois tabular os resultados.
  • Identificar qual história é contada, de que forma e que idéias expressam.
  • Fazer com que os alunos desenvolvam seu próprio final de vídeo justificando o porquê das escolhas.
  • Promover narrativa em vídeo acerca de um determinado assunto.
  • Usar a representação ou o teatro expressando o que o vídeo demonstrou adaptando á realidade do aluno.

O computador e a Internet: Propostas metodológicas

O computador apresenta-se como um meio de comunicação extremamente poderosa para o ensino e aprendizagem, juntamente com a internet torna-se ainda mais fácil com os cursos presenciais e a distância.

Pode-se criar uma pagina na internet como espaço virtual de encontro e divulgação referenciando cada matéria para cada aluno. Atualmente há acesso a programas que facilitam a criação de ambientes virtuais com o Eureka da PUC Curitiba, o Learning Space da Lótus IBM, o WEBCT, o Aulanet da PUC Rio de Janeiro, o FirstClass, o Universite, o Blackboard e outros.

O professor torna-se um gerenciador de pesquisa e comunicação dentro da sala de aula. Ele atua como coordenador, motivador do grupo, onde os textos e materiais são impressos, salvos ou enviados por e-mail, faz-se uma síntese das idéias e os melhores textos podem ser incorporados á bibliografia do curso, dessa forma o papel do aluno será o de co-pesquisador, responsável pela qualidade das informações.

A Internet favorece a construção conjunta entre professor e alunos, essa dinamicidade atrai o educando, promovem a inovação, animação e coordenação.

Temos que preparar o professor para a utilização do computado e da internet. O primeiro passo é procurar de todas as formas tornarem viável o acesso freqüente personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, notadamente a internet. O segundo passo é ajudar na familiarização com o computador e seus aplicativos e com a internet. O nível seguinte é auxiliar os professores na utilização pedagógica da internet e dos programas multimídias.

Algumas questões sobre a internet devem ser colocadas ao professor. Ensinar utilizando a internet exige uma forte dose de atenção do professor. A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição. A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos. Essa motivação aumenta se o professor cria um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. A internet pode ajudar a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes. Na internet também desenvolvemos formas novas de comunicação, principalmente escrita.

Mas a internet trás alguns problemas no seu uso na educação: há facilidade de dispersão, muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação; percebemos também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. É preciso procurar encontrar a proposta mais adequada, o equilíbrio entre presencial e o virtual especifico.

Existe uma mudança no ensino presencial com as tecnologias. Está em curso uma reorganização física dos prédios. Salas de aulas mais funcionais e em menor quantidade. Todas elas com acesso a internet. Haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de trabalho com o oral, a escrita e o audiovisual.

Assim será poucas às vezes um encontro em sala de aula. Como regra geral, podemos encontrar-nos fisicamente no começo e no final de um tema, de um assunto importante. Pode-se haver um equilíbrio no presencial e o virtual. As crianças terão muito mais contato físico, pela necessidade de socialização, de interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual superara o presencial.

Tecnologias na educação a distância

A educação a distância mudará radicalmente de concepção, de individualista para mais grupal, de utilização predominantemente isolada para utilização participativa, em grupos. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas. Da comunicação off-line evoluímos para um mix de comunicação off e on-line (em tempo real). Educação a distância é ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos – presenciais e virtuais – por meio da qual avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas e resultados.

Temos alguns caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador. É importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação, pela multimídia, pela interação on-line e off-line. Tanto nos cursos convencionais como nos cursos a distancia teremos que aprender a lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, pesquisando muito e comunicando-nos constantemente.

As primeiras reações que o bom professor/educador desperta no aluno são confiança, credibilidade, admiração e entusiasmo. Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos.

Veja e reflita



REFERÊNCIA

MORAN, José Manoen; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 8ª Campinas - Sp: Papirus, 2000.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Reflexão

A "desconstrução" do professor e a construção do educador frente às novas tecnologias de ensino permitem um melhor desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem?